quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Soluções para a falta de segurança nos estádios

É preciso encontrar soluções para a segurança nos estádios mas focar apenas nessa parte do evento é não entender a amplitude do problema.

Um grande jogo ou um clássico, começa bem mais cedo e longe do estádio. São as torcidas se preparando, torcedores decidindo qual a melhor maneira de chegar, conversas nos botecos, encontros pelas ruas. Os responsáveis pela segurança pública precisam estar à postos em todas as vias de acesso, em todos os sistemas de transporte que servem àquele evento, nas principais avenidas, estações de trem e metrô, locais de concentração de torcedores como bares e praças além das principais rotas de ônibus, garantindo ao cidadão a tranquilidade no deslocamento até o evento.

Na região ao redor do estádio, nos acessos mais próximos, o ideal seria fazer o que foi feito durante a Copa do Mundo, deixando passar somente quem puder comprovar a posse de um ingresso e, caso haja ainda ingressos à venda, ter venda fora desse raio. Ter um acesso somente para família - no caso do Maracanã existe inclusive um acesso F, de Família , onde entrariam somente pessoas com mais de 60 anos, mulheres e jovens de até 15 anos acompanhados de seus responsáveis e, todos os outros homens que não encaixassem nesse padrão obrigatoriamente teriam que entrar pelo acesso E. Assim, já solucionaríamos o problema de segurança nos arredores do estádio e nos acessos - usando o Maracanã como exemplo - mas não esquecendo de implantar catracas com leitura biométrica em todas as entradas para barrar o acesso às personae non gratae
mesmo que porte um ingresso. 

Alguns argumentam que essa implantação seria custosa, mas cada catraca biométrica vale cerca de 17 mil reais, e implantá-las em todo um estádio como o Maracanã com cerca de 100 acessos, incluindo o custo da obra de alvenaria, chegaria a um valor próximo de 2,5 milhões de reais. Levando-se em conta que apenas um jogo de portões fechados, por conta de uma penalidade por ter deixado acessar ao estádio torcedores violentos, poderia custar um valor semelhante, creio que essa implantação compensaria.

Já na parte interna do estádio....

Todo o estádio precisa ser setorizado e precificado com valores específicos.

Duas áreas sem cadeiras, no modelo das antigas arquibancadas do Mineirão, do Maracanã e que ainda existem no Morumbi e foram inteligentemente implantadas na Arena do Grêmio, na Arena da Baixada e no estádio do Bayern München, para que as Torcidas tenham seu espaço para festar. 

Um espaço exclusivamente familiar, onde seria restrito às pessoas citadas no segundo parágrafo, com acesso pelo setor F (no modelo Maracanã). Uma área e acesso exclusivo para a torcida visitante, compatível com o tamanho dessa torcida.

Área central com valores maiores por conta da localização.

Setores nobres com todo serviço de bebida, comida e estacionamento incluídos.

Toda a segurança deve ser feita por empresas particulares, contratadas pelo organizador do evento, assumindo toda a responsabilidade por tudo que possa acontecer nas áreas de acesso e no interior do estádio, sendo que toda a operação deve ser supervisionada pela Polícia Militar, que deve ser devidamente remunerada para esse trabalho na área do estádio. 

E dentro do campo, para facilitar o trabalho dos stewards, uma rede, estirada entre cada um deles, deve ser providenciada, evitando-se assim as correrias pelo campo atrás de algum invasor. Já para onde for possível, um sistema de grades semelhante a Wembley, pode ser aplicável, mas cada estádio deve buscar a melhor solução para evitar invasões a campo pois a invasão esporádica é controlável mas... e uma invasão em massa? 

Em toda a área do evento, caso qualquer tipo de violência aflore, todos os envolvidos devem ser detidos e levados imediatamente ao Jecrim e, se necessário for, imobilizados com abraçadeiras de nylon.

Aplicando-se todos esses itens de segurança, o Jecrim e o Ministério Público informando à Polícia Militar e aos organizadores do evento quem são os torcedores banidos ou suspensos por determinado período de acessar aos estádios e esses dados sendo implantados nas catracas biométricas, teremos então a garantia de que a violência nos estádios irá diminuir para pequenas escaramuças entre cidadãos como as que acontecem no dia a dia em qualquer setor da sociedade.



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Fred Mourão - Gerente de Marketing e Relacionamento do Clube de Regatas do Flamengo 2013/14/15. Coordenador e Professor do MBA em Gestão e Marketing Esportivo da Trevisan. Estudou Marketing na Universidade da Califórnia, tem MBA em Gestão pelo Ibmec, é graduado em Administração pela UERJ e cursou Gestão em Futebol na CBF









Um comentário:

  1. A operação da Copa do Mundo foi realmente sensacional, porém seria necessário um grande engajamento da área de segurança pública e dos próprios clubes envolvidos para adotarmos modelo parecido.

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