Dando
sequência ao modelo Estrela onde já discutimos qual a
história, de onde veio e também quem é a entidade, é necessário agora entender
qual o momento atual, o que está acontecendo no mundo, no mercado, no país, na
sua região, cidade, com outros clubes, federações, ou seja, qual o momento
sócio-político-econômico-cultural no qual o time, a organização, está inserida.
Na grande maioria dos casos sequer
compreendem onde estão no tempo, ficaram parados, estagnados num passado romântico
que não mais existe, não acompanharam a evolução do esporte e nem enxergam o momento que atravessam, nem entendem o mundo onde vivem.
Os clubes ainda têm uma estrutura
amadora e presidencial, onde apenas uma pessoa é a responsável final pelas
decisões então, caso ele seja um visionário, abençoado por Deus e com muita
sorte, o clube que dirige poderá seguir por um caminho iluminado, mas como bem
sabemos, a chance de um presidente como esse surgir em um clube é tão comum
quanto o aparecimento de um talento como Messi, Zico ou Pelé. Acontece, mas as
probabilidades são ínfimas.
Há algum tempo assisti a um debate onde
o presidente dizia que seu clube tinha muita sorte em tê-lo como gestor, pois
as decisões são mais centralizadas, rápidas e diretas, tomadas por um homem que
realmente ama o clube que dirige e que a ele se dedica de coração.
Interessante. Luís XIV, o famoso Rei francês do século XVII, dizia algo bem
parecido, afinal “L’Etat c’est moi” (o Estado sou eu).
Postura semelhante a outros monarcas e ditadores, e que vemos frequentemente
mimetizadas em nossas entidades esportivas, federações e confederações, onde
alguns “amantes do esporte” se eternizam no comando, já que sua visão, segundo
eles e seus seguidores, é a melhor e mais acertada.
Durante décadas esse modelo funcionou,
até porque as somas envolvidas não eram de grande vulto. Os clubes viviam praticamente
só da bilheteria dos jogos, então precisavam contar com pessoas abnegadas, que se
envolvessem sem pedir nada em troca; pena que algumas vezes essa relação não
era tão transparente.
Hoje, com o volume de dinheiro envolvido, especialmente com direitos de transmissão, bilheteria, licenciamento de produtos e patrocínio, é possível gerar receitas suficientes para contratar profissionais qualificados, que serão cobrados pelo atingimento de objetivos pré-determinados por um board eleito entre sócios do clube, e com total transparência quanto a seus atos e decisões.
Hoje, com o volume de dinheiro envolvido, especialmente com direitos de transmissão, bilheteria, licenciamento de produtos e patrocínio, é possível gerar receitas suficientes para contratar profissionais qualificados, que serão cobrados pelo atingimento de objetivos pré-determinados por um board eleito entre sócios do clube, e com total transparência quanto a seus atos e decisões.
Esses profissionais precisam conhecer
sim a história e podem até ter algum vínculo com o passado da entidade – vínculo sobre
o qual falarei mais a frente na quinta e última parte do modelo Estrela - mas não estarão
sujeitos ao obsoleto passado administrativo do clube. Esses profissionais saberão entender o
momento real, de uma maneira imparcial, independente, baseado em dados, em números, e analisarão o presente com o pé no futuro.
Em breve a quarta parte do modelo Estrela.
Siga-me no Twitter @FredMourao
Fred Mourão - Gerente de Marketing e Relacionamento do Clube de Regatas do Flamengo 2013/14/15. Coordenador e Professor do MBA em Gestão e Marketing Esportivo da Trevisan. Estudou Marketing na Universidade da Califórnia, tem MBA em Gestão pelo Ibmec, é graduado em Administração pela UERJ e cursou Gestão em Futebol na CBF
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